A profundidade que o raso não alcança
Quando a alma é um oceano, nem todo barco se atreve a navegar
Existem pessoas que carregam o peso do mundo no olhar. Suas almas são como oceanos, vastas, turbulentas, cheias de vida escondida nas profundezas que poucos ousam explorar. São aquelas que não se contentam com a superfície, que precisam de mais do que palavras jogadas ao vento, mais do que promessas vazias.
Para uma alma profunda, as conexões rasas são como um rascunho mal acabado de algo que deveria ser arte. Elas desejam mergulhos, não apenas o toque frio e superficial da água nos pés. Querem conversas que descortinem o universo de quem está à frente, que rasguem o silêncio com a verdade, com vulnerabilidades e sonhos.
Mas, nesse desejo por profundidade, há uma dor silenciosa. Porque nem todos conseguem acompanhar. Nem todos têm coragem de descer até onde o ar fica rarefeito, onde a pressão da existência é maior, onde a honestidade é tão cortante que assusta.
Às vezes, parece um fardo ser assim — sentir tudo tão intensamente, esperar tanto de si e dos outros, apenas para encontrar vazios disfarçados de presença. E nessas horas, o coração se cansa. Cansa de procurar reciprocidade em lugares onde o eco é a única resposta, cansa de oferecer a alma a quem só quer tocar a casca.
Ainda assim, a alma profunda persiste. Porque ela sabe que sua profundidade é uma bênção disfarçada de maldição. Que há beleza em ser alguém que sente, que pensa, que se importa. Que é melhor enfrentar a solidão de ser verdadeiro consigo mesmo do que se perder na multidão de conexões rasas.
No fundo, a alma profunda vive em busca de outras almas dispostas a mergulhar. Que entendam que há algo de divino em compartilhar silêncios confortáveis, em descrever o céu com palavras que ainda não foram inventadas, em segurar a mão de alguém e sentir o peso da vida ali, naquele toque.
E, até encontrar essas almas raras, ela continua. Navegando sozinha por mares que poucos ousariam cruzar, com a certeza de que sua profundidade é o que a torna única.
Porque, no fim, não é sobre quantas pessoas se aproximam, mas sobre quem tem coragem de ficar. Quem vê o oceano e decide mergulhar, mesmo sem saber o que encontrará nas profundezas.
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a diva tentando se explicar por meio de um texto mega poetico, AMEIIIIIIII